quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Azia na Gravidez, o que fazer para diminuir o desconforto?

A azia ou pirose consiste numa sensação de queimação ou ardência no esófago e na garganta e, apesar do grande desconforto que pode acarretar, é muito comum e normal na gravidez devido ao aumento de determinadas hormonas na corrente sanguínea (nomeadamente a progesterona) e ao crescimento do útero.

O aumento das quantidades de progesterona no sangue, que relaxa os músculos do útero, também provoca o relaxamento de outros músculos tal como o esfíncter esofágico inferior, que é a válvula entre o estômago e o esófago e que costuma estar bem fechada. O facto de esta válvula não estar a fechar como habitual permite que algum conteúdo do estômago volte para o esófago, provocando irritação e a sensação desconfortável de azia. A progesterona também diminui o ritmo das contrações naturais do estômago, levando a um processo digestivo mais lento do que o habitual.


Por outro lado, o crescimento do bebé e do útero pressiona o estômago e o intestino, contribuindo também para que o conteúdo do estômago volte para o esófago. Assim, à medida que a gravidez avança existe a tendência para que a azia se agrave.

No sentido de diminuir este desconforto, apresentam-se algumas sugestões:
  • Evitar comer alimentos gordurosos, ácidos e fritos e evitar refeições muito condimentadas, principalmente à noite (exemplos de alimentos/bebidas a evitar: molho de tomate, mostarda, frutas cítricas, vinagre, café, chocolate, sumos industrializados, bebidas gaseificadas…);
  • Evitar ingerir muitos líquidos na hora das refeições, de modo que o estômago não fique muito distendido (a água é muito importante, mas deve-se procurar beber entre as refeições); 
  • Optar por refeições leves, em pequenas quantidades e frequentes, de forma a não acumular a acidez no estômago;
  • Preferir frutas como banana, pera, maçã e pêssego por serem facilmente digeridas;
  •  Mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão;
  • Mastigar pastilha elástica depois de comer, por estimular as glândulas salivares que ao produzirem mais saliva neutralizam o ácido do estômago;
  • Evitar deitar-se logo após as refeições;
  • Dormir com a cabeça mais levantada ou numa posição semi-sentada;
  • Dormir para o lado esquerdo, devido a anatomia própria do estômago que impede assim a subida do suco gástrico;
  • Não fumar e evitar a exposição do fumo do tabaco;


Quando se está com azia:
  • Comer uma maçã com casca, um pedacinho de pão, uma ou duas bolachas de água e sal ou um pedacinho de batata crua, que ajudam a empurrar o conteúdo gástrico de volta para o estômago e absorvem o ácido estomacal;
  •  Comer um punhado de amêndoas com pele;
  • Evitar beber água ou outro líquido no momento em que se está com azia, pois agrava a sensação de queimação.


maçã


No entanto, se a azia for muito forte e constante deve-se falar com o médico pois existem medicamentos próprios e adequadas para esta situação.

Curiosidade: Costuma-se ouvir dizer que quando a grávida sente muita azia o seu bebé terá muito cabelo, no entanto, não existe nenhuma comprovação científica desta relação.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Deve-se utilizar a cinta pós-parto?

Há uns anos atrás parecia ser indispensável a utilização de cinta após o parto, contudo, actualmente parece já não ser assim tão imprescindível o seu uso. Então e porquê?!

Acontece que se acreditava que, depois do parto, a utilização da cinta devidamente colocada ajudava a que os órgãos voltassem aos seus devidos lugares e acelerava o processo de involução do útero, consequentemente, a barriga voltaria mais depressa a ter forma que tinha antes da gravidez.
No entanto, os estudos científicos têm mostrado precisamente o contrário, ou seja, quanto mais tempo se utiliza a cinta, mais tempo as mamãs demoram a recuperar a forma que tinham. Isto porque, ao se comprimir os músculos de forma constante está a impedir-se que os mesmos se movimentem, tornando-os mais “preguiçosos” e prejudicando o processo natural de recuperação dos tecidos. Por outro lado, também prejudica a circulação sanguínea. Assim, e apesar de haver uma redução momentânea da barriga quando se utiliza a cinta, a sua utilização parece não trazer contributos a longo prazo, podendo mesmo contribuir para a flacidez tão indesejada. 
Deste modo, a utilização da cinta pós-parto não é adjuvante da involução uterina e deve ser utilizada apenas quando existe indicação médica. Após o parto, os músculos ficam distendidos e o útero fica menor e mais solto dentro do abdómen e a utilização da cinta pode permitir à mulher uma sensação de maior segurança e firmeza, o que se acentua ainda mais se o parto tiver sido por cesariana. Deste modo, a mamã sente-se mais à vontade com a cinta para se sentar, levantar e caminhar, podendo nestas situações ser indicada a utilização da cinta de forma moderada e transitória. 
Para recuperar a forma da barriga, o melhor mesmo é a realização de exercícios abdominais apropriados, que só devem ser iniciados algumas semanas após o parto e de acordo com as indicação médicas (6 a 8 semanas no caso de uma cesariana, por exemplo).